maratona de curitiba: quebro, mas não afino!

Fugindo do calor tropical, obtive meus melhores tempos em provas longas no exterior. Mas em situações muito distintas.

Em 2004, na maratona de Paris, estava voando. Extremamente bem treinado, fazer aquela maratona abaixo de 3 horas não passava de obrigação. E assim a obviedade se deu: fechei a prova em 2:57:33. Prova corrida dentro de extremo conforto, na mesma tarde me permiti visitar o Louvre. Analisando os números, o resultado foi excelente, afinal tratava-se de romper pela primeira vez a barreira das 3 horas. Entretanto, o que o resultado não mostra é o como a prova foi corrida. Tendo possibilidade de fazer um resultado muito mais rápido, me apequenei. É isso mesmo. Quando se pode mais e se insiste num resultado burocrático, a boa dose de covardia é comumente nomeada de bom senso ou ‘cabeça’, mas trata-se, sem a doçura das letras, de apequenar-se.

Seis anos e alguns meses depois, em 2010 encontrava-me em Buenos Aires para a disputa da meia maratona local. Lá, não tendo treinado tanto, tampouco tendo a juventude dos tempos idos, sobrou-me coragem e fechei a prova em 1:23:25. Naquela manhã, não conseguiria correr nem mesmo 1 segundo mais rápido, busquei o limite o tempo todo e, como um elástico prestes a estourar, estiquei até onde deu. Agigantei-me.

Sábado passado, durante um longo de 36 km, comentando sobre as duas provas, confidenciei aos amigos o que pretendo fazer na maratona de Curitiba (se o clima permitir): completar abaixo de 3 horas. Missão quase impossível, dado o treinamento e a condição atlética atual, mas se tenho alguma certeza em relação a esta prova, é que não irei me apequenar. Quebro, mas não afino!